terça-feira, 13 de outubro de 2020

A construção da Autoestima começa na infância

 

É na primeira infância que a autoestima de uma pessoa começa a ser construida, momento da vida onde o olhar do outro tem grande influência e grande importância em como a pessoa se vê e se percebe no mundo. O jeito como os que cuidam (os pais ou responsáveis) da criança a olham, falam com ela e lidam com suas emoções tem grande influência na forma em como essa criança vai se enxergar em outro momento da vida. Se ela é negligenciada, se sua fala não tem credibilidade ou se, de alguma forma, é colocada em um lugar secundário na vida do adulto responsável, não é ouvida ou deixa de ter a atenção e acolhimento emocional que precisa, há uma grande possibilidade de que ela entenda que não tem importância ou relevância suficiente, e isso vai ser muito prejudicial quando for uma criança maior, adolescente ou adulto, já que tenderá a adotar atitudes inseguras, pouca autoconfiança, e uma baixa autoestima, isso porque aprendeu em algum momento que suas atitudes, palavras e necessidades não eram tão valorizadas, sendo assim, registrará de forma inconsciente, marcas profundas que vão aparecendo ao longo da vida através de diversas situações e atitudes que acabam interferindo em seu desenvolvimento profissional, amoroso ou social. A melhor forma de lidar com isso na fase adulta é buscando obter consciência a respeito da construção de sua personalidade, entender a própria história e ressignificar as marcas deixadas, para assim  superar e construir um novo olhar a respeito de si. Esse processo pode ser realizado através da psicoterapia. (Janaina N. Soares).

sábado, 10 de outubro de 2020

O estudo das cores e seus segredos

5 tipos de tinta para artesanato - Blog Costa Atacado
    

 Ao estudar sobre os fenômenos das cores, seus segredos e curiosidades, é possível observar a facilidade e agilidade com a qual elas surgem e transformam-se nas mais variadas condições. O grande fenômeno inicia-se na retina humana, trata-se da sensibilidade do olho à luz e da reação da retina, onde é produzido um jogo de cores que faz ver o mundo colorido e belo. Na teoria, qualquer luz é considerada colorida levando em consideração este processo. A cor possui em sua natureza algo de obscuro, que passa uma impressão estimulante. A cor depende da luz assim como esta depende da cor, afinal a luz é a força que revela e manifesta as cores. (GOETHE, 2013; 4. ed. Pg. 50 e 65).

 “É justamente por meio das impressões cromáticas que se participa animicamente do mundo.” (HAUSCHKA. 2004. Ed 2, vl 3. Pg. 60). O ser humano pode encontrar na cor a forma de expressar seus sentimentos. As cores possuem efeitos que provocam sensações cromáticas e, assim como as cores variam em sua dinâmica, as emoções humanas variam de acordo com a energia psíquica. (URRUTIGARAY, 2011. Ed. 5. Pg. 121).

Um dos mais encantadores segredos da cor aparece quando elas se misturam. Principalmente quando cores opostas são misturadas, sua qualidade não se torna nula, mas encontram um ponto de equilíbrio, onde não há destaque e sim a revelação de uma nova tonalidade, uma novidade para os olhos, de forma tão perfeita que não pode ser decomposta após a união.

Quando as cores se misturam ocorre um fenômeno belo e muito agradável, e quanto mais intensificados forem os extremos, mais bela é a cor criada.  São cores opostas e quando misturadas geram o todo, e quando ambas são aproximadas de um terceiro elemento, surge algo ainda mais especial.  É como se a junção dos extremos fosse o segredo para a totalidade, que traz para o olhar uma sensação de harmonia.

Esta magia das cores pode ser comparada ao encontro do homem com seus extremos internos. No lado mais obscuro do homem há coisas que não se imagina que podem ser misturadas e transformadas, porém, quando é possível esta junção dos opostos, quando surge a capacidade de olhar ao mesmo tempo para o que é agradável e para o que não se suporta em si mesmo, ou apenas não se reconhece como próprio, tudo parece mais claro e repleto de sentido.

Fazer uso das cores em produções é facilitar a passagem da mensagem, feita pelo canal do inconsciente à consciência, dos afetos reprimidos, esquecidos ou ainda imaturos para o alcance da mesma. (URRUTIGARAY, 2011. Ed. 5. Pg.122).

As misturas dos opostos pessoais causam a sensação de plenitude. É o momento onde se é inteiro e capaz de encarar de frente a realidade. Talvez por isso a terapia através das pinturas e cores pode ser tão benéfica, ajudam no reencontro com lados opostos e na junção harmoniosa das “cores interiores”.

 (Janaína Nascimento Soares - Texto retirado da Monografia realizada em 2014 no curso de formação em Arteterapia)

 

sexta-feira, 15 de junho de 2018

A arte como expressão


A arte como expressão
Na psicologia, o processo psicoterapêutico se dá normalmente por meio da expressão verbal, porém, muitas pessoas procuram uma ajuda psicológica para aliviar suas dores e sofrimentos e  não conseguem se expressar de forma completa por meio verbal, as palavras saídas de seus pensamentos não dizem o que realmente sentem, isso acontece provavelmente porque seus sentimentos são dolorosos ou difíceis demais para que sejam colocados para fora com simples palavras. Por vezes a dor vai muito além do que se pode dizer, e nem mesmo quem a sente é capaz de traduzi-la para o mundo.
Quando busquei minha formação em Arteterapia o fiz justamente por entender, através de minha própria experiência, que deveria haver formas menos doloridas para lidar com questões psicológicas. Não é preciso ter tantas habilidades artísticas para se expressar através da arte,  a simplicidade de uma obra feita por alguém que nunca tocou em um pincel pode despertar muitos sentimentos. Não é algo a ser avaliado ou julgado, a obra na expressão através da arte é algo único, individual, que exprime o mais intimo de nosso ser, que nos leva a lugares de nossa alma onde o acesso por palavra é quase impossível.  O contato com as cores, com o material moldável, com recortes e sucatas, tudo isso leva rumo ao nosso interior, e quando terminado o processo de criação, feio ou bonito, com forma ou sem forma, lá estará concretizado um sentimento que antes era obscuro e secreto, até mesmo para quem o sentia.
Psicóloga Janaina N. Soares

quinta-feira, 22 de junho de 2017

A Solidão e as relações sociais

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Quando o ser humano se sente amedrontado e vazio surge a sensação de isolamento, levando-o a procurar proximidade com outras pessoas. Isso ocorre porque sua primeira experiência está ligada ao relacionamento com seus semelhantes. O homem depende do outro para sobreviver durante a infância, além disso, é através desses primeiros contatos que adquire recursos para se orientar na vida. Por esse motivo, o fato de sentir-se só, muitas vezes, torna-se  assustador. (MAY, 1982).
A aceitação social é muito valorizada pela sociedade. Estar imerso no meio social é indispensável para se obter êxito, é garantia de que a pessoa é estimada, o que acarretará em seu sucesso nos diversos campos da vida. Aí está o grande temor diante da solidão: ser vista pela sociedade como alguém triste. Quando alguém manifesta o desejo de ficar só, logo é associado a uma pessoa adoecida ou que fracassou de alguma maneira.  
“O medo de estar só deriva, em grande parte, da ansiedade de perder a consciência de si mesmo...”. (MAY, 1982, P.28).
A pessoa tem medo, na verdade, de sentir-se perdido, sem seus próprios limites, sem uma orientação, coisas que  conquista através da interação com os outros.  O ser humano tem a maioria de suas referências através do que o outro diz a seu respeito, porém, alguns adquirem uma grande dependência da opinião alheia e, se ela faltar, fica vazio, como se deixasse nas mãos alheias sua existência como pessoa.
O homem é definido por sua capacidade de formar ou manter ligações, essa acaba por ser uma regra em relação a normalidade e amadurecimento, porém, ter relações de intimidade virou prioridade no curso do desenvolvimento humano, e tornou-se parâmetro para viver em plenitude.
Por outro lado, um dos modos de ser-com-o-outro é a solidão, afinal, só pode estar sozinho quem reconhece seus semelhantes, quem pode distinguir entre estar próximo ou distante de alguém. Podemos estar próximos fisicamente de alguém sentindo ou não uma real aproximação. Do mesmo modo, podemos estar sozinhos e ter ou não a experiência de isolamento. Porém, o homem tem a tendência de sentir-se acompanhado apenas quando tem a presença física de alguém e isolado quando ocorre o contrário.
Desta forma, as relações humanas hoje são constituídas muitas vezes como contratos entre os indivíduos, onde buscar uma companhia não significa querer o bem estar de ter alguém perto, e sim a necessidade de tê-lo. Leva-se em consideração, na maioria das vezes, a utilidade que há em ter alguém, ou seja, é preciso que se tenha algum ganho entre as pessoas envolvidas na relação. Esse modo de se relacionar é atribuído a todos os tipos de convívio por alguns indivíduos, seja no casamento, amizades ou relações familiares.
A capacidade de estar só tem sido atribuída à pessoas que precisam se concentrar em algum tipo de trabalho criativo ou contemplativo, tais como filósofos e escritores famosos, por esse motivo optam por se abdicar do mundo, essa visão histórica torna a solidão uma problemática para a sociedade por associá-la à renuncia ao mundo. Esse pensamento leva as pessoas a uma busca infinita contra a solidão.  (GONÇALVES, 2009).
Quando se está cercado de pessoas a tendência é esquecer a solidão, tendo como preço, renunciar a existência de uma personalidade independente. Desta forma, o homem perde sua única oportunidade de vencer definitivamente a solidão, deixa de desenvolver recursos internos, que só pode adquirir em um momento particular e intimo, que poderiam ser utilizados para manter um relacionamento positivo com outros seres humanos. (MAY, 1982).

Janaina Soares


Falando sobre solidão




A solidão é uma questão comum nos consultórios de psicoterapia e são trazidas de formas muito semelhantes, surgem assuntos como: ciúmes, tentativa de exercer controle e prender o outro para si, medo de traição ou abandono, dificuldades de lidar com as formas atuais de relacionamentos sem comprometimento, de viver as relações amorosas, entre outras queixas. Todos esses pontos têm como pano de fundo a solidão e a tentativa de eliminá-la através do outro.
Estar só é estar irremediavelmente apartado do outro, sendo essa condição tão inevitável quanto a morte, a liberdade ou a ausência de significado da vida. (SÁ ET AL, 2006).
Ferraz (2006) compartilha afirmando que “... solidão é o estado de quem está só...”, refere-se a ausência de relações sociais; isolamento. A solidão está presente nas mais diversas maneiras de expressão, sendo muito mais do que um sentimento,  é algo que está inscrito na história do homem.
Nos tempos atuais a solidão é vivenciada de maneira bem complexa, uma solidão que esta além do poder, baseada na idéia de que existe diferença entre estar só ou sentir-se só. Essa sensação se expressa quando alguém se sente só mesmo rodeado de gente.
É possível ver a solidão também como algo positivo, força necessária que possibilita a criação artística; ou uma forma de autoconhecimento através da intimidade consigo, ou até como a razão de sofrimento pelo seu caráter excludente, enfim, é indispensável vivenciá-la, principalmente para que haja reconhecimento do outro, para que possamos saber diferenciar e valorizar o estar consigo e estar com alguém de forma integra e sincera.
É preciso perceber que estar só é tão inevitável quanto necessário; se soubermos estar a sós conosco aprenderemos também que a responsabilidade por estar bem ou mal só pertence a si, isso fará com que nossas relações sejam mais saudáveis e isentas da responsabilidade de nos fazer feliz, afinal, nenhuma relação garante a plena felicidade.


 Psicóloga e Arteterapeuta  Janaina N. soares

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Meu site. Navegue para conhecer meu trabalho.

https://jnspsicologia.wixsite.com/psicologajanaina/leitura-do-diahttps://jnspsicologia.wixsite.com/psicologajanaina/leitura-do-dia

Arte como terapia


A arte pode ser entendida como uma busca do ser humano para representar suas experiências através movimentos do corpo ou da alma através da dança, poesias, composições musicais, peças teatrais ou na expressão manual com tintas, argila, sucatas e etc.  Lidar com a arte traz como resultado a construção de conhecimento e desenvolvimento pessoal.
O processo criativo dá ao individuo a oportunidade de realizar algo novo e único. Os recursos utilizados na arteterapia trazem simbolicamente, uma nova forma aos problemas, conflitos e acontecimentos diversos, que são então resignificados através da obra de arte criada. Quando uma obra toma forma, adquire o poder de  proporcionar ao individuo um confronto com realidades subjetivas que não estão conscientes, mas que aparecem como sintomas ou comportamentos na vida cotidiana.
O ato de criar ajuda a desbloquear emoções e sentimentos que antes estavam escondidos, proporciona liberdade afetiva e emocional, e também dá segurança para lidar melhor com as situações da vida.
No trabalho de arteterapia não há criticas a respeito de padrões culturais da obra criada, por isso ajuda a promover o desenvolvimento psicológico, afinal, tudo que é criado se torna aceito e é visto como belo aos olhos do criador por ser a expressão de sua alma. A arte usada como terapia tem como intuito motivar e orientar, além de estruturar o desenvolvimento do pensamento, ajuda no processo de aprendizagem e desenvolvimento emocional, que ocorre em todas as fases da vida.
As técnicas expressivas levam o individuo a comparar influencias externas, a forma criada, com influencias internas, o sujeito criador. Quando há essa relação entre criador e criatura, a pessoa se torna capaz de adquirir seus próprios recursos de enfrentamento de seu estado de confusão, que muitas vezes são fruto de ansiedades, incertezas e contradições. Desta forma vai aos poucos vivendo um processo interno de auto-organização.
Enfim, a Arte como terapia ajuda a proporcionar desenvolvimento racional e irracional ao mesmo tempo, possibilitando então o equilíbrio da razão, da emoção e o desenvolvimento de aspectos afetivos e cognitivos. (Urrutigaray, 2011).

 Psicóloga e Arteterapeuta Janaina Soares

sábado, 21 de novembro de 2015

Relatos de uma nova Vida - Parto

Dia 08/05/2015 inicia-se a maior e mais estranha aventura que já vivi. A experiência do milagre da vida se concretiza no momento do nascimento de um bebê, e não ha nada no mundo que possa modificar mais e com maior intensidade a vida de duas pessoas.
Passei 9 meses pensando qual seria a minha sensação do parto, o que sentiria, como saberia que era hora. Sempre vem a cabeça aquelas tradicionais cenas de novela onde a bolsa estoura e a mulher calmamente pega a bolsa de maternidade e vai, colocando as mãos na barriga e dizendo que está com dor. Nos últimos três meses antecedentes ao parto ficava muito ansiosa, procurando relatos na internet de alguém que pudesse me dizer o que sentiria e como teria certeza sobre a hora certa, nesta busca vi e li muitas coisas, mas nada nem ninguém foi capaz de descrever ou demonstrar o que senti naquela sexta feira a noite.
Minha opção e desejo era que o parto fosse normal, e esperei até o momento certo. Queria que minha filha viesse ao mundo quando realmente estivesse preparada, e fora isso, a sensação de ter uma data já agendada para o parto me deixava muito nervosa, por isso, preferi dar uma oportunidade à natureza. Muitas mulheres me diziam que aos 35 poderia ser complicado um parto normal, que ninguém recomendava, mas isso não me fez desistir, afinal, com um pouco de informação todos podemos saber que uma mulher é capaz e tem o corpo preparado para o parto.
Minha sexta feira foi normal, não estava sentindo nada de diferente, só a velha e boa ansiedade e medo das ultimas semanas. Estava completando 39 semanas de gestação, sabia que poderia ser a qualquer momento, mas nem imaginava que seria aquele dia. Fui passear, a noite comemos pizza e viemos para casa. As 11h30 mais ou menos senti uma pontada nas costas, como se alguém estivesse abrindo com as mãos um buraco. Mas foi algo assustador e leve, já havia sentido antes, por isso achei que não era nada. Meu esposo dormia e eu assistia TV, passou uns 5 minutos senti a mesma dor um pouco mais forte. Isso se repetiu por umas 4 vezes, então meu coração disparou, acordei meu esposo e contei o que sentia. Ele então começou a me ajudar a marcar o tempo. A dor ia e vinha num intervalo de 5 minutos contínuos. Quando vimos que não iria passar pegamos a mala e partimos para o hospital. Estávamos numa mistura de desespero, alegria e euforia, tudo ao mesmo tempo. Ele parecia sentir a mesma dor que eu, e toda contração me segurava até a dor passar. Nas primeiras 2 horas a dor era bem suportável, e quando a contração passava parecia que nada estava ocorrendo. Fui examinada e estava sem dilatação, tomei um soro e quando fui novamente examinada estava com 2 cm. Os médicos disseram que só seria trabalho de parto aos 3 cm, então voltamos para casa. A dor já estava bem pior, entrei em desespero quando tive que voltar para casa, fica aquela sensação de que tudo irá dar errado. Chegamos em casa umas 4 da manhã, consegui cochilar um pouco entre as contrações, até que as 06h senti a bolsa estourar. Entrei em desespero, a dor estava no nível do insuportável e eu estava com muito, muito medo.
Voltamos para o hospital e fui finalmente internada, o trabalho de parto foi evoluindo bem até que chegou a hora, dia 09/05/2015 vivi a maior alegria que um ser vivo pode sentir. Estas horas que antecederam o parto me vem a mente como um sonho, ou um estado de alteração de consciência, lembro perfeitamente de cada momento, da sensação de dor, da ansiedade e principalmente do medo que estava sentindo. Porém, também estava muito feliz, queria minha filha em meus braços e esse era o foco, por isso nada importava muito.
 A dor é muito intensa, mas faz parte da natureza, nosso corpo suporta porque é um momento de renascimento. Sinto que ali estava ficando a pessoa que antes só pensava em si e no esposo, e nascendo uma mulher que teria em sua responsabilidade uma vida, um ser inofensivo e inocente que dependeria totalmente dos meus cuidados.
Quando olhei nos olhos de minha filha pela primeira vez meu coração se encheu de tanto amor que nem sabia que caberia. Aquele olhar lindo e inocente me fez nova para o mundo, e a partir dali, nada mais tinha uma importância tão grande assim.
Hoje tenho o meu parto como uma passagem de uma vida para outra. Fica até complicado lembrar de quem eu era antes de ser mãe, só tenho algumas vagas lembranças, mas não tenho saudades e não voltaria atras de forma alguma. O momento do parto é uma mistura de felicidade e medo. Junto com o bebê vem todas as dúvidas e inseguranças existentes no mundo.
Gostaria de dizer as mulheres que irão viver este momento como é exatamente e o que irão sentir, porém, isso é impossível, esta experiência é única e individual. Não tem como relatar ou descrever, é impossível comparar com qualquer outra experiência e cada mulher irá viver essa fascinante experiência do seu jeito. Mas encorajo a todas que tem suas cesarianas agendadas que se deem uma oportunidade, que façam isso por seus filhos, deixe-os estar prontos, esperem o momento certo, e mais, acreditem em seu corpo e na sua natureza de mulher, qualquer uma é capaz de superar a dor, afinal é a dor da vida.

Janaina Soares

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Relatos de uma nova vida - terceiro trimestre de gestação


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MOMENTOS FINAIS

Janaina Soares 04/2015

 

Já se passaram 4 meses após o último relato. Confesso que muita coisa aconteceu e muitas mudanças também. Vi minha barriga crescer dia após dia e minha filha ficar cada semana mais esperta e próxima de mim. Os momentos de ansiedade estão difíceis de controlar, afinal os sentimentos estão misturados e confusos. Tenho surtos de extrema alegria e períodos de grandes preocupações. Imagino que toda futura mamãe tenha os mesmos medos e pensamentos estranhos. São diversas as coisas que passam por nossa cabeça, a mais difícil de lidar é saber se o bebe vai ficar bem, se vai nascer perfeito, com saúde e se vou dar conta de cuidar após o nascimento. Sou daquelas mulheres que nunca pensaram concretamente em ser mãe. Não entendo muito de crianças, tenho medo até de pensar como será o primeiro banho ou a noite pra dormir, se o bebe ficará bem no berço, se não vai engasgar ou ter algum problema. Todas estas questões ficam o tempo todo vindo a tona em minha cabeça e as vezes me tiram o sono. 

Apesar de tudo isso tem o lado maravilhoso de estar grávida. Sentir minha filha mexendo sem parar na barriga me faz sorrir sem querer, provoca uma sensação única de satisfação, completude e felicidade, bem parecido com o que sentíamos quando crianças, quando granhava-se um brinquedo novo e ao amanhecer era a primeira coisa que vinha a cabeça, ou quando tivemos o primeiro romance e ao acordar da vontade de sorrir só de lembrar da pessoa amada. 

Minha filha nasce em algumas semanas e neste momento sinto um misto de coisas ao mesmo tempo. Há uma grande ansiedade de ver a carinha dela e ao mesmo tempo uma sensação ruim de saber que ela não estará em mim, protegida e cuidada, sem correr riscos que o mundo oferece. Da medo de não saber cuidar direito do bebê e de alguma forma prejudica-la, medo também de como ficará nossas vidas com mais um membro. Apesar de tudo, é uma experiência linda, repleta de felicidade e muito, muito amor. 



Relatos de uma nova vida - segundo trimestre de gestação

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As alegrias...transformações

Por Janaina Soares - 01/2015


Hoje estou com 23 semanas de gestação, quase seis meses, e acreditem, as coisas estão muito melhores. Lembra aquele amor que comentei? não tinha ideia que fosse tão grande, ele tomou conta de mim, assim como o instinto materno, tenho o desejo de proteger tudo e todos, vontade de chorar quando vejo algo ruim ou injusto. Os enjoos passaram com aproximadamente 16 semanas e minha barriga começou a crescer neste mesmo período. A cada dia que cresce meu ventre meu sentimento fica maior. Hoje sei que serei mãe de uma menina, e quanta ansiedade existiu antes desta notícia, mas mesmo sem ter ideia do sexo do bebê já o amava de uma maneira tão linda que dá vontade de chorar. 

Relato  isso para que as novas mamães, que provavelmente estão sentido os mesmos sentimentos que tomaram conta de mim outrora se sintam mais tranquilas, afinal, após uma noite de tempestade  vem o amanhecer ensolarado. 

A gestação me trouxe uma tranquilidade e paz que jamais imaginei, sentir meu bebe mexendo é mágico e inexplicável. Fico imaginando seu rostinho, seu olhar, o cheiro que terá...sonho com ela sempre e acordo muito feliz por saber que ela já existe e é muito real. 

Algo muito importante neste momento da vida é ter o esposo ao seu lado, principalmente quando ele fica grávido junto de você. Seria bom se todas nós mulheres pudéssemos contar com um companheiro que nos acalme, compreenda, sorria e ame junto de nós, mas como sei que nem todas as mulheres tem este prazer gostaria de deixar registrado que a gravidez é um período especial, independente dos problemas, dificuldades ou tristezas, é um período de intensa transformação da mulher, onde ela deixa de ser filha e passa a ser mãe de alguém, ela nunca mais estará só, carregara seu filho na barriga e depois nos braços por muito tempo, criará com ele um vinculo único. Mas para que isso tudo seja conquistado é preciso coragem, força, luta e muito, muito amor. 


A ansiedade

Janaina Soares 01/2015

 


Quando fiquei sabendo que teria uma menina não consegui segurar a ansiedade para comprar milhares de roupas e coisas lindas. Eu e meu esposo saímos do laboratório direto para as lojas. É um momento maravilhoso, porém causa um sentimento muito grande de mais ansiedade, ver as roupinhas, o quarto já com um berço lindo faz com que sintamos vontade de estar logo com nosso bebê por perto. Para diminuir toda esta ansiedade a preocupação com a decoração, cores, enfeites ajuda muito, é uma maneira de a nova mamãe e papai se prepararem para a chegada de seu filhinho com muita alegria. Então aconselho que os pais dediquem um bom tempo de seu dia para pensar em tudo, cada detalhe. Para a mulher, como a gestação já gera por natureza uma grande ansiedade, seria muito legal a expressão corporal, que seja através de exercícios, de atividades artísticas ou o que a fizer mais feliz. Ser criativa neste momento ajuda muito, por isso, tentar fazer a decoração o mais artesanal possível é uma grande ideia, dá muito prazer cuidar de cada detalhe, pintar material para organização, como caixinhas decorativas, tentar pintar o quarto (claro que esta é uma tarefa para o homem, seria arriscado para a gestante), mas ela pode participar escolhendo a cor, desenhos na parede, ou seja lá o que preferir, desde que procure sempre se ocupar de atividades que dêem prazer e traga tranquilidade. Afinal, por que não aproveitar o momento mais especial de sua vida sem o sofrimento da ansiedade, são nove meses e eles terão que ser vividos com paciência. 

Relatos de uma nova vida - primeiro trimestre de gestação



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UMA NOVA VIDA
Janaina Soares 09/2014

Tudo teve inicio há aproximadamente 6 meses, quando eu e meu esposo decidimos ter um filho. Eu nunca me vi como mãe de alguém, era difícil pensar na possibilidade de ter um ser humano dependendo de mim para tudo. Acho que todos temos esse momento de egoismo na vida, quando tudo está correndo bem e não se quer mudar por achar que seria muito complicado ter outro tipo de vida. Mas, por amor ao meu esposo e por um desejo que, apesar de distante, existia la no fundo de minha alma, fui ao médico e dei inicio aos primeiros cuidados de uma futura gestação.  
No inicio ficava dando desculpas para mim mesma, dizendo internamente que talvez fosse preciso esperar mais um tempo, que não estava preparada, enfim, até tentar pela primeira vez. Sempre que tentava ficava pensando no que seria minha vida com um bebe, como cuidaria, o que perderia, até chegar o dia de menstruar e sentir finalmente o alívio de não estar grávida. Apesar disso, continuamos tentando, foram apenas 3 meses, e desta vez, minha menstruação atrasou, fiquei nervosa, pensando que poderia ser ansiedade, e evitei fazer o exame por quase vinte dias, até que não consegui mais esperar. Fiz o exame em um momento que estava sozinha, quando deu positivo comecei a chorar...tremia muito, foi complicado, estava com uma mistura de medo  e felicidade, fiquei apavorada. Tudo iria mudar, meus sonhos e pensamentos seriam outros, meus objetivos de vida seriam diferentes. Quando contei ao meu esposo  fiquei mais feliz por ver sua  emoção, ele também estava com medo, mas vi em seus olhos o brilho de felicidade. Mesmo assim, não conseguia deixar de pensar em todas as dificuldades e transformações que minha vida teria, era muito para mim saber que minha vida, igual e normal durante 34 anos, agora seria totalmente transformada.
No inicio me senti como uma adolescente que precisa esconder de  todos que ficou grávida por ser algo proibido. Fiquei me sentindo assim por 2 semanas, chorava muito ao lembrar da situação. Mas, quando contei  para todos da família e vi sua felicidade, senti tanto apoio, tanto carinho que tudo mudou. Minha primeira vez ao médico foi primordial para que pudesse mudar o pensamento, ver o coração do meu bebe batendo pela primeira vez me fez mudar completamente, queria sair dali e ir gritar para o mundo que seria mãe, comprar roupas de bebes e partilhar minha alegria com todos. Hoje estou com 14 semanas, meu lindinho(a) tem apenas 9 cm e já não sei viver sem ele ou ela. Minha vida já foi TRANSFORMADA!!!!

AS DIFICULDADES 
Por Janaina Soares - 09/2014
Não é fácil viver os momentos de transformações da vida, mas eles são necessários, e vão existir independente de nossa vontade. Passamos por diversas fases, infância (onde descobrimos as limitações e transformações do corpo), adolescência (onde tudo fica confuso e as mudanças são mais bruscas), fase adulta (onde temos que amadurecer, casar, ter filhos), velhice (quando se percorre o caminho dificil para o final da vida). 
Porém, para continuar no contexto, falaremos das transformações na vida da mulher durante a gestação. Passando a fase do susto de ter um exame positivo a vida dá inicio a um processo muito complicado, as mudanças do corpo feminino. No primeiro trimestre de gestação a mulher sofre um bombardeio de hormônios em seu corpo para que a placenta seja formada e o feto tenho como crescer, isso tudo causa os famosos enjoos. É sempre muito bonito ver as explicações dos médicos para este assunto, mas, só quem passou ou esta vivendo este momento sabe o quanto isto  pode ser complicado. Imagino que muitas mulheres sentem-se culpadas com os sentimentos despertos neste momento da gestação, afinal, o mal estar é tão insuportável que se deseja nunca ter tido a ideia de engravidar. Como psicóloga, e principalmente como mulher, tenho uma tendência a sempre levar em consideração os sentimentos mais íntimos. Sei o quanto é difícil para todos nós assumir que algo que deveria ser magico e maravilhoso na verdade está sendo difícil e insuportável. Os enjoos deixam a mulher com uma auto estima muito ruim, não dá vontade de fazer nada, as vezes sair da cama já é um grande sacrifício. Claro que isso não é para todas as mulheres, afinal somos seres únicos e cada pessoa tem sua forma de viver a experiência, mas, imagino que muitas de nós sentimos isso e é comum, não devemos nos sentir culpadas, nosso lindo bebe irá nos perdoar, afinal, não é fácil mesmo. 
Gostaria de colocar aqui muitas receitas para aliviar os primeiros sintomas da gestação, na net tem muitas dicas que, na maioria das vezes, não funcionam, é uma fase que dura aproximadamente 3 meses e que não ha forma de alivio, ira ocorrer e como todas as fases da vida, deve ser vivida e enfrentada. 
É importante deixar claro que, por mais complicado que sejam os sintomas da gestação, todos eles tem um motivo, seu corpo e sua mente sao preparados para receber uma nova vida, você terá seu ventre pronto para ajudar seu bebe a crescer e sua mente estará pronta para as dificuldades e medos que irão surgir no futuro.

O mais importante é que, conforme seu bebe vai crescendo seu amor vai também crescendo na mesma proporção, e depois de um tempo tudo valerá a pena. 

Psicologia Pré-Natal - Parte 2

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Nossas primeiras marcas

 

A incrível história do nascimento não tem início na vida intrauterina, muito antes ocorrem vários fenômenos incríveis que faz do ser humano um ser maravilhoso. Nossas vidas são marcadas pela formação das células reprodutoras que dão origem a tudo, o espermatozoide e o óvulo. Tudo que é vivido pelo indivíduo desde o início de sua existência biológica, ou seja, desde que foi óvulo e espermatozoide, fica registrado por meio de uma memória celular, é tudo é arquivado em sua memória como um banco de dados que fica inconsciente. 

Estudos demonstram que o óvulo é quem escolhe o espermatozoide que irá fecundar, ou seja, será escolhido aquele em melhor condições de evolução. Para isto o óvulo secreta uma substância química que atrai alguns e repele outros espermatozoides. Antes deste processo os pequenos já passaram por uma dura jornada, nadam muito até o local onde serão selecionados e ainda enfrentam as células do sistema imunológico que estão lá para proteger o corpo feminino de prováveis estranhos que possam invadí-lo. A partir de toda esta luta finalmente o espermatozoide é absorvido pelo óvulo que é fecundado dando lugar ao que se chama concepto. Este por sua vez também é identificado pelo corpo da mulher como um "corpo estranho" pelo sistema imunológico, e é novamente atacado. Este ataque transmite ao novo ser os primeiros registros do sentimento de rejeição, ao qual todos carregamos e alguns de nós o carrega com muito sofrimento. Este mesmo ataque também é responsável pela formação do sentimento de angustia, a "angustia do aniquilamento", onde a vida é ameaçada de destruição. 

De acordo com as pesquisas, 70% dos óvulos são destruídos antes de alcançar o útero. sendo assim, todos somos sobreviventes de uma luta muito difícil e sangrenta, somos seres vivos e vitoriosos. 


Quando há a sobrevivência do concepto no útero surge então os primeiros registros do sentimento de adoção, de aceitação e acolhimento. Nasce então os primeiros passos para a vida, afinal, quando o embrião ainda tem o tamanho da cabeça de um alfinete ele já tem uma cabeça e um corpinho, tronco e cauda; já apresenta formação do cérebro, espinha e tubo digestivo; seu sistema nervoso já tem sua formação iniciada, assim como os olhos. Já tem coração que bate e bombeia sangue para o figado e a aorta e sua boca já abre. Ou seja, a vida está pronta, e venceu todas as primeiras batalhas para conquistar o mundo. (WILHEIM, Joanna)

PSICOLOGIA PRÉ-NATAL - parte 1

 

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O início de tudo

 

Para falar sobre desenvolvimento humano nada mais interessante do que falar sobre a vida antes do nascimento. Para isso utilizarei o assunto Psicologia pré-natal, que nos ajudará a entender que o ser humano já é incrível antes mesmo de seu nascimento, já está em plena existência quando ainda se encontra no ventre de sua mãe.

 

 A psicologia pré natal é o estudo do comportamento e do desenvolvimento, tando evolutivo como psico-afetivo-emocional do indivíduo, no período anterior ao seu nascimento. 

Estudos mostram que o desenvolvimento do recém nascido, ou seja, seus talentos, capacidades e habilidades tem início muito tempo antes de nascer. 

As investigações referente ao desenvolvimento dos fetos apontam sinais reais de inteligência e sensibilidade além da demonstração de traços da personalidade já bem definidos quando ainda estão na barriga de sua mãe. 

Os bebês no ventre apresentam uma vida afetiva e emocional ligada à sua relação com a mãe, com quem ele tem total comunicação emocional e fisiológica e é capaz de captar seus estados emocionais e disposição afetiva com o bebê. 

O útero materno, infelizmente não é um local tão protegido e intransponível, afinal tudo o que ocorre com a mulher durante a gestação é sentido e experimentado pelo bebê. A utilização de drogas, álcool, cigarro ou a produção de substâncias neuro-hormonais da mãe atravessam a placenta atingindo o feto de forma negativa.

Muito antes de nascer o feto já percebe luz e som, tem a capacidade de engolir, ter paladar, escolher sua posição de preferência, registrar sensações e mensagens sensoriais; o bebê na barriga já dorme, sonha, boceja, se espreguiça, faz caretas, pisca. Ele já é um ser existente e participante na vida,  pode reconhecer a voz de sua mãe e brincar com o cordão umbilical; chupa o dedo e tem reações quando se sente incomodado. 

Ainda dentro do útero materno ele já tem a capacidade de aprendizado e uma vida emocional ativa, ou seja, sente prazer, dor, tem emoções, tristeza, angústia ou bem estar, tudo através de sua relação com a mãe, de quem recebe vibrações sobre seu estado emocional, ai a importância de a mulher gestante viver este período da forma mais tranquila e feliz possível. (WILHEM, Joanna)

Quando se tem acesso a todas estas informações é possível concluir que a vida já é intensa e bela muito antes de estarmos fazendo parte deste mundo. Muitas pessoas podem achar que um feto na barriga é apenas um "feto", porém, neste mundo paralelo da gestação existe muita vida, lá está o início de tudo o que somos e seremos, é a partir do momento da concepção que uma pessoa começa sua jornada, é neste momento que tem suas primeiras lições de vida, e a principal delas é a luta por permanecer vivo e atuante neste mundo. 


 Janaina Soares

NOVOS RUMOS - PARTE 3


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A dificuldade de olhar para si mesmo

Janaina soares 01/2015


Encerramos o texto anterior falando da expressão artististica como oportunidade de olhar para si, mas afinal, do que estamos falando quando utilizamos esta expressão "Olhar para si"?

Creio que não conseguirei responder exatamente isso, mas podemos falar sobre a dificuldade e principalmente a confusão que o ser humano encontra quando o assunto é o tal do "si mesmo". Pedir que alguém se descreva, ou fale a respeito de si mesmo sempre causa um desconforto, como se as pessoas não conseguissem ver o que realmente são, e provavelmente, muitos não conseguem mesmo. Será que somos a imagem que vemos no espelho? nem sempre. Talvez seja o que um colega descreve, mas isso não seria verdadeiro, os outros nos descreveriam como nos vêem e nem sempre isso é o que realmente somos, e sim o que demonstramos ser, então como saberei quem sou?

Creio que falta aos seres humanos olhar para dentro, tentar ver a própria alma, e assim poderão ter uma noção, talvez pequena de quem são. Para dar esse primeiro passo é preciso coragem e principalmente, é necessário querer saber a verdade, afinal, carregamos ao mesmo tempo deus e o diabo dentro de nós, e cabe a nós escolhermos quem irá imperar, e nunca será apenas um deles, os dois sempre farão parte de nós. 

Mas por qual motivo estamos falando disso? quero apenas mostrar uma alternativa interessante para dar inicio a jornada do autoconhecimento, estou falando da arte e das expressões criativas. 

Uma maneira muito interessante de contato conosco é quando conseguimos nos expressar, e a arte nos dá essa oportunidade. Uma técnica que gosto muito é a pintura, principalmente quando se usa tinta, seja aquarela, tinta a dedo ou qualquer outro tipo. Durante alguns trabalhos com pintura reparei que o indivíduo fica em completo silêncio. Se houver uma entrega e concentração ele é capaz de expressar no papel sua própria alma, falar através das cores a respeito de seus sentimentos.


Durante uma sessão de arteterapia com pintura surge no ambiente um silêncio absoluto, uma energia fica no ar, as pessoas parecem falar com as cores, as vezes sem forma definida ou sem sentido para quem olha de longe, mas ali existe uma comunicação incrível consigo, um contato direto entre o ser humano e sua alma, misteriosa e cheia de segredos. Ao colocar no papel o pincel sujo de tinta um indivíduo se torna capaz de ir por caminhos desconhecidos e incríveis, mas isso após estar livre de esteriótipos e imagens construidas. Não importa a estética de uma pintura quando se busca o autoconhecimento, por esse motivo, o indivívuo deve estar com a mente aberta para deixar-se levar por sua imaginação, não se prender a detalhes ou o que é certo ou errado, quando se expressa verdadeiramente não existe certo ou errado. O momento de se expressar deve ser livre de pensamentos determinantes e julgamentos, e só assim poderá ser bem aproveitado, é como expor em um papel o retrato da própria alma. É a maneira mais incrível de olhar para si mesmo, afinal, não somos apenas o que vemos, somos o que sentimos, pensamos e principalmente, nosso verdadeiro eu está dentro e não fora. 

NOVOS RUMOS - PARTE 2


Resultado de imagem para IMAGENS DE ARTETERAPIAO que é Arteterapia?

A Arteterapia é um trabalho terapêutico que atua diretamente com os símbolos, onde, utiliza-se das imagens geradas em expressões artísticas para que o cliente e o terapeuta consigam ter acesso ao seu universo imaginário.  A arteterapia com abordagem junguiana tem o objetivo de oferecer suportes materiais para ajudar no processo de fluir da energia psíquica, fazendo-a ser colocada de maneira simbólica nas criações expressivas, as quais ajudarão na ativação e realização de contato entre consciente e inconsciente, desta forma o cliente terá uma construção interna mais completa e aos poucos irá se estruturando e colocando seus sentimentos nos lugares corretos e administrando sua vida de forma mais saudável, lidando melhor com dificuldades naturais do ser humano.
É possível chamar por Arteterapia os tratamentos psicológicos onde se prioriza a utilização de expressões criativas como música, dança, teatro, atividades plásticas, pintura, modelagem, desenho, mascaras, gravuras entre outros, para ajudar no desenvolvimento pessoal e criativo do indivíduo.  Quando a arte é colocada no processo terapêutico torna-se possível revelar a riqueza inconsciente das pessoas. Sua linguagem simbólica faz da arte um valioso instrumento para  acessar a alma humana. Todo ser humano carrega em sua essência a capacidade de se comunicar através da arte, ela da a chance de expressão. Quando a obra de arte está pronta ela  é imposta ao autor, adquirindo sua própria forma.
A Arteterapia ajuda o individuo em sua decifração de mundo interno, isso porque ele irá se deparar com as imagens e a energia psíquica que se configura através da arte. Quando o cliente consegue compreender as formas simbólicas expressas por seu inconsciente ele toma consciência destes conteúdos, ocorre um encontro do que é emoção e do que é concreto, afinal, as fronteiras que os separa não são intransponíveis, elas permeiam juntas no dia-a-dia, e as atividades artísticas e criativas podem ser um canal de comunicação entre tais conteúdos.
A arteterapia, sob olhar da psicologia junguiana, vê no ser humano uma tendência natural para a organização e trata o processo terapêutico através da arte como uma forma de melhorar e ajudar o desenvolvimento desta tendência, onde o fazer simbólico faz parte do processo de autoconhecimento e transformação.
Quando se usa a arte de forma terapêutica cria-se um facilitador para expressar as emoções, sendo assim, a arteterapia é uma maneira de confrontar-se com imagens sombrias. O fazer artístico ajuda a desenvolver a imaginação de forma livre ajudando o individuo a participar concretamente do conteúdo imaginado, e as vezes, conteúdos que antes estavam inconscientes por serem difíceis e doloridos de lidar tornam-se mais familiares, a arte ajuda a diminuir a carga emocional deste conteúdo e facilita a sua decodificação e reorganização interna, o individuo tem a oportunidade de reconstruir a realidade. A expressão criativa ajuda o individuo a transformar suas emoções em imagens, o que naturalmente facilita o processo de desenvolvimento psíquico.

O fazer artístico ajuda na integração da personalidade através das técnicas e práticas expressivas transformando em concretos os conteúdos  internos projetados e permitindo sua identificação, devolve assim à personalidade sentimentos que antes não existiam, da ao indivíduo a oportunidade de olhar para si mesmo. 
Janaina Soares